Chaïm Perelman (1912-1984) foi um filósofo e jurista de origem polonesa, nascido em Varsóvia e naturalizado belga, cujo trabalho revolucionou a teoria retórica e a filosofia do direito no século XX. Perelman é amplamente reconhecido por sua teoria da argumentação e por sua defesa apaixonada da razão prática na tomada de decisões jurídicas e morais.
Perelman estudou direito na Universidade Livre de Bruxelas, onde obteve seu doutorado em 1934. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele escapou da perseguição nazista refugiando-se na França, onde mais tarde se estabeleceu e desenvolveu grande parte de seu trabalho acadêmico.
Seu trabalho mais influente, "Tratado da Argumentação: A Nova Retórica", escrito em colaboração com Lucie Olbrechts-Tyteca e publicado em 1958, marcou um ponto de virada na teoria retórica. Nesta obra, Perelman argumenta que a persuasão não se baseia apenas na lógica formal, mas também na capacidade de adaptar o discurso às audiências específicas e suas formas de raciocínio.
Além de seu trabalho em retórica, Perelman fez contribuições significativas à filosofia do direito, desafiando abordagens estritamente positivistas e defendendo uma visão mais humanística e ética da justiça. Ele argumentava que a lei deveria levar em conta não apenas regras formais, mas também valores e princípios universais de justiça.
Ao longo de sua carreira, Perelman lecionou em várias universidades, incluindo a Universidade Livre de Bruxelas e a Universidade da Califórnia em Los Angeles. Ele também foi membro de prestigiadas instituições acadêmicas e recebeu diversos prêmios por suas contribuições para a filosofia e o direito.
Chaïm Perelman é lembrado como um pensador cujo trabalho continua a influenciar estudiosos em diversas disciplinas, destacando-se pela sua abordagem interdisciplinar e pelo seu compromisso em promover uma compreensão mais profunda e humanística dos processos argumentativos e jurídicos.